quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Criteriologia - A Intuição como critério da Verdade (Henri Bergson)

D - Há quem como Bergson sustente ser a Intuição o critério mais excelente.

M - Para que algo possa servir de critério ou padrão para qualquer tipo de julgamento é necessário que seu sentido seja simples ou unívoco.

Nada mais vago, equivocado e controverso do que o conceito de intuição.

Tomemos o conceito de intuição proposto por Spinosa e o conceito de intuição proposto por Bergson, isto para sermos sucintos. Temos dois autores e dois fenômenos distintos que recebem a mesma designação...

Caso nos reportemos a outros autores teremos outros tantos conceitos, dignificados, definições controvérsias.

Parece que não estão falando a respeito da mesma coisa.

A intuição é o critério da Verdade??? Neste caso estamos diante de um critério que exige um critério rsrsrs

D - Tomemos a intuição em seu sentido mais geral.

M - Parece-me que o sentido geral tenha sido formulado pelos pensadores escolásticos.

D - Enquanto apreensão imediata da totalidade de um ser ou mesmo de uma relação?

M - Exatamente.

Teríamos assim um conjunto de dados co relacionados que apresentam-se clara e distintamente a consciência sem uma mediação racional, ao menos a nível de consciência.

Assim os primeiros princípios ao axiomas, a respeito dos quais já discutimos.

Tais elementos mostram-se ou revelam-se a consciência em sua totalidade fazendo-se assimilar ou compreender por ela sem necessidade de quaisquer demonstrações.

A matemática clássica parte de tais princípios, os quais parecem estar presentes em todas as culturas, mesmo as mais primitivas.

D - Neste caso poderíamos estar diante do critério.

M - Na intuição certamente temos acesso a algumas poucas verdades. As quais bem poderiam ser encaradas como testemunhos a respeito de nosso potencial cognitivo ou mesmo como fundamento remoto dos demais saberes a serem adquiridos.

Na condição de supremo critério da verdade sequer podemos ver como ela poderia funcionar.

Pelo simples fato de que os dados fornecidos por este veículo são extremamente raros podendo ser contados nos dedos.

A menos que atribuamos a intuição um significado espontaneísta quase que mágico...

Multiplicando-as ao infinito sem que haja algum tipo de presença universal que transcenda as barreiras relativas da cultura muito bem definidas pela antropóloga Ruth Benedict há quase um século.

Um enfoque individualista do conceito de intuição nos levaria a perguntar a respeito de que condições gerais e comuns caracterizam este fenômeno e sobre como alguém pode ter certeza de ter passado por uma experiência intuitiva e não por outro qualquer estado de espírito.

Eis porque, devido a certo sentido lato ou vulgar de intuição, alguns tem cometido crimes e passado as prisões ou manicômios...

D - De fato parece-me que carecemos dum princípio tanto mais claro ou simples quanto universal e seguro.




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