terça-feira, 3 de março de 2009

Da gnoseologia e da epistemologia

D - Vossa paternidade poderia definir o que é gnoseologia, que é noética, que criteriologia e que é epistemologia?

M - A gnoseologia (Do Gr Gnoseis = conhecimento + logia = estudo) aborda a questão da possibilidade ou impossibilidade do conhecimento tendo em vista a condição humana, mais especificamente quanto a capacidade dos sentidos e da percepção - mas também do intelecto - e a relação destes com o objeto conhecido.

A noética (Do Gr Nous = mente) trata das condições implicadas na construção do conhecimento pelo sujeito cognoscente   ou seja do aspecto subjetivo; seria uma espécie de 'psicologia do conhecimento'.

A criteriologia (Do Gr Krinein = julgar + logia = conhecimento) busca verificar a legitimidade da certeza de nossas adesões ou juízos.

Enquanto a epistemologia (Do Gr Epistéme = Ciência + logia = conhecimento) aborda a questão de como o homem pode vir a saber algo, ou seja do método pelo qual ele toma posse ou apropria-se do conhecimento e dos limites do conhecimento. Trata pois da experiência e do raciocínio, da dedução e da indução, da analise e da síntese, bem como da metafísica e seus fundamentos.

D - Logo nossa abordagem começará pela gnoseologia?

M - Necessariamente. Pois primeiro convém indagar se o homem é capaz de saber, se seus sentidos são confiáveis, como se dá a percepção dos objetos, quais as condições a serem satisfeitas pelo sujeito cognoscente, quais as garantias de credibilidade, etc  para só então examinarmos o método e a extensão dos saberes adquiridos. Esta parece ser a ordem mais correta.

Afinal seria de todo inutil examinar os instrumentais e límites de um conhecimento que no fim das contas é impossivel de ser obtido ou aparente.

- Dividiremos pois a questão em partes: 


  • Se o homem é capaz ou não de saber?
  • Se a sensibilidade, percepção ou experiência é de fato confiável?
  • Se o ceticismo crasso é possível?
  • Face ao objeto qual deve ser a postura 'ideal' do sujeito?
  • Qual critério deve nortear a percepção?
  • Que fenômeno torna a validade de nossa percepção evidente?
  • Da auto percepção e seu significado.
  • Se existem conhecimentos inatos ou apriorísticos?
  • Se a lógica corresponde a um tipo de estrutura mental inata?
  • Que é abstração?
  • Que é um axioma?
  • Se a mente humana é de fato uma tábua rasa?
  • Se a experiência pura poder converter-se em 'conhecimento elaborado ou científico' sem qualquer tipo de mediação
  • Se o intelecto exerce algum papel coordenador 'a posteriori'?


- Iniciaremos a abordagem examinando os elementos mais simples.

- Não sairemos do assunto ou tópico antes de examinar todas as objeções possíveis.

- E procuraremos recapitular nossas conclusões ordenando-as a cada passo.

Segundo as regras gerais do Método propostas por Descartes.


D - Qual seria o fruto ou resultado de tais investigações?

M - Após o triunfo da filosofia contemporânea ou da gnoseologia e epistemologia modernas propostas pelos já citados Hume, Kant, Conte, etc  e continuamente reafirmadas em tom de 'ex chatedra' pelos Nietzsche, Foulcaut, Heidegger, Fayerabend, Sartre, etc podemos perceber nitidamente um acentuado declínio em todas as áreas do saber humano. Declínio que de certo modo equivale ao crepúsculo da civilização clássica... e ao alvorecer duma nova Idade Média, a passagem do Islan para a ortodoxia esterilizadora e a crise intelectual deflagrada pela reforma protestante; eventos que após si promoveram - cada um a seu modo - a ascensão do misticismo, a afirmação do discurso fundamentalista e a construção de sociedades acentuadamente teocráticas; quais sejam a medievalidade Ocidental, o império Turco/sunita ou a genebra puritanizante. Situação que parece repetir-se mais uma vez no tempo presente ameaçando as bases mesmas da civilização e de todas as conquistas feitas pela espécie humana a cabo de cinco ou seis milênios.

Já aludimos diversas vezes ao fato de que a acadêmia de Platão e outras tantas instituições educacionais da antiga Hélade - Cujas portas haveriam de ser fechadas por um decreto de Justiniano - passavam por uma crise interna já há alguns séculos antes na medida em que haviam sido infectadas pelo ceticismo pirroniano e pelas exóticas teorias de Górgias e Protágoras... até que mergulharam no charco imundo da teúrgia!!! Efetivamente Justianiano nada fez além de precipitar um cádaver a sepultura... Devemos compreender no entanto que se a acadêmia foi infectada ou cooptada por elementos exógenos é porque estava já enfraquecida, e enfraquecida por elementos estruturais ou seja de ordem interna.

Posteriormente foi tomado de assalto e arrasado até os fundamentos o éthos mesmo da religiosidade Cristã - por Cristã compreendemos os termos Católica e Ortodoxa -  convertendo-se este numa detestável via mística de teor sobrenaturalizante, descarnado, idealista, maniqueu, puritano e individualista. Dia após dia tombaram os teólogos {A princípio no Ocidente (por obra e graça do agostinianismo) e depois no Oriente (por obra e graça do palamismo)} no prosaismo e na vulgaridade até quase que extinguir-se este ramo do conhecimento, dando lugar a credulidade beócia e a todo tipo de superstições degradantes.

Em seguida paulatinamente e após lutas verdadeiramente titânicas de cárater épico - que envolvem Lutero, Zwinglio, Hume e Kant - sucumbiu a Filosofia perene dissolvendo-se quase que por completo o legado de Aristóteles e do escolasticismo e dando lugar; mais uma vez, a um estado de coisas similar aquele que vigorou na antiga Grécia durante a geração dos 'sofistas' ou ao que é bem pior; as sucessivas revanches idealistas patrocinadas pelo pensamento platônico. Pois como veremos os pensadores modernos encontraram uma modo ou maneira de associar, opor, misturar, etc ceticismo, idealismo, subjetivismo, relativismo e inatismo (apriorismo)... compondo uma verdadeira sopa epistemológica... Tal a cozinha anglo/alemã e seu mestre cuca, o Dr Imanuel Kant...

Mesmo as correntes humanistas que pretenderam substituir tal legado, o legado da escolástica, como o Deísmo racionalista e o materialismo dialético - enquanto modelos realistas e objetivistas - parecem não ter alcançado o tão esperado sucesso entre a juventude atual... e sido conjuntamente esmagados pelo rolo compressor do Kantismo e suas ulteriores evoluções rumo ao - ATEÍSMO AGNÓSTICO (!!!), O CETICISMO NEOPOSITIVISTA (!!!), O PERSPECTIVISMO, O ANARQUISMO EPISTEMOLÓGICO, O IRRACIONALISMO, O NIHILISMO, ETC 

De fato o derradeiro refúgio do realismo/objetivismo corresponde a uma crítica marxista que apesar de seus méritos põe de lado, como coisa inutil e vã, muitos de seus temas essenciais dando continuidade ou até ampliando os velhos e decantados preconceitos do empirismo crasso ou do positivismo, ora convertido de agnóstico em francamente materialista; o que de per si aponta-nos outra contradição.

Eis tudo quanto opomos - no santuário da Filosofia - ao discurso capicioso do misticismo ou do fideísmo crasso, ora convertido em pábulo dos que abandonaram o discurso realista, objetivista e racional... Desfaz o irracionalismo do tempo a salutar obra do iluminismo revertendo o conflito em proveito do discurso supersticioso...

Até mesmo sacerdotes romanos chegaram (Por ódio ao materialismo dialético dos marxistas e ignorando, estar este, muito mais próximo do realismo aristotélico/tomista do que qualquer forma de platonismo, neoplatonismo ou idealismo) a flertar com Ch Renouvier, o pupilo francês de Kant, e desta sementeira brotou o 'modernismo' subjetivizante excomungado por Pio X... Como no protestantismo todavia não havia nem papa nem tradição, o kantismo cobrou um preço bem caro, alimentando o liberalismo teológico, descartando o objetivismo dogmático e postulando com Schleiermacher uma fé cega e ao mesmo tempo vaga enquanto puramente sentimental e isenta de qualquer conteúdo mais consistente...

Desde então para os 'luteranos ortodoxos' que encaravam Kant como o 'Salvador da pátria' e 'Vingador da fé', o pensador de Koeniberg assumiu as feições do rabudo. O tiro saíra pela culatra... destinado a dar um golpe de misericórdia na velha escolástica ainda prevalecente nos seminários papistas, o kantismo vibrou um rude golpe na teologia luterana lançou a um tempo o luteranismo e parte da Alemanha nos braços do ateísmo e do materialismo (retomado e reformado por K Marx)... Sucedeu-se todavia tragédia ainda pior, na medida em que esta 'Revolução teológica' precipitou as massas no abismo superficial do indiferentismo religioso, predispondo-as a aceitação do Isla e do veneno da transcendência absoluta, posto em termos tão vulgares como jamais fora posto pelo Cristianismo protestante ortodoxo...

É fato que o conhecimento de ordem empírica ou científica ainda se mantem de pé e aparentemente firme. Trás porém em seu bojo um vírus letal e apresenta já os sintomas da crise que se manifesta, a saber: a redução da produção e do nível da produção cientifica provocada ou pela falta de pesquisadores ou pela falta de empenho...

Tudo isto passa pela crise que assola o atual processo educativo - formal e informal - em termos quase que globais, refletindo, ao menos em parte, o desinteresse da presente geração, digo dos jovens, pelo saber. De fato a maior parte dos jovens parece não apresentar qualquer tipo de entusiasmo diante da possibilidade da aquisição de conhecimentos tanto mais elaborados ou por tomar posse dos bens culturais produzidos pelas gerações precedentes...

Estão nossos jovens aprendendo cada vez menos!!! E sem querer postular qualquer tipo de monocausalidade ingênua - porque este posicionamento implica uma multiplicidade de fatores bastante complexa (envolvendo inclusive a miséria) - gostaríamos de aproveitar a oportunidade para apontar ao menos uma destas possíveis causas ou fatores: a disseminação do subjetivismo, do relativismo e do ceticismo tanto em nossas instituições de educação superior quanto nas camadas mais baixas do corpo social, nas quais tem se inserido mecanicamente e sido acriticamente reproduzido... afinal ser cético ou relativista hoje confere certa aura de intelectualidade e refinamento na medida em que corresponde a moda do tempo...

Assim sendo nossos alunos já não vão a Escola em busca de Verdades sejam religiosas, metafisicas, filosóficas ou mesmo naturais, empíricas, positivas ou científicas. Um número cada vez maior deles vai se convencendo de que ali estão para receber teorias, palpites, opiniões, hipóteses e crenças de teor bastante duvidoso; aparências de um conhecimento ilusório...

Um número cada vez maior de educadores infectados pela Filosofia de botequim admite que cada individuo produz um tipo de conhecimento válido apenas para si ou que cada um constrói sua própria verdade... e que todos os conhecimentos ministrados em nossas instituições são perfeitamente discutíveis!!!  Verdade alias não existe mas apenas discurso e interpretação...

Diante do discurso pirroniano, humeano, kantiano, nietzscheano... quem haverá de esforçar-se ou de sacrificar-se para adquirir o saber??? Quem haverá de valorizar ao máximo aparências de conhecimento?? Quem haverá de levar a sério as pretensões do solipsismo crasso? Quem haverá de perder seu precioso tempo correndo atrás de sonhos e ilusões???

Aprender supõe certa disciplina face aos imperativos da vida, como os hormônios por exemplo... supõe compromisso, priorização, empenho, esforço e até certa dose de sacrifício - 'As raízes do conhecimento são amargas..." já dizia O Filósofo. No entanto tudo isto só faz sentido, só compensa, face a algo que seja significativo para a pessoa; e que seja capaz de superar o sentido de ser um simples operário ou mesmo empresário bem sucedido. Acontece que suposições, aparências, sonhos e ilusões jamais correspondem a tais expectativas... será sempre frustrante esforçar-se por tão pouco ou melhor por nada. Rodear, rodear e rodear para permanecer sempre na periferia...

Busca a criança, intuitivamente, um conhecimento que seja concreto ou que corresponda a realidade.

Que faz no entanto a escola moderna senão jogar-lhe um balde de água fria ao dizer-lhe que nada há de real ou de verdadeiro e que a fé calvinista, o animismo ou a astrologia correspondem a uma modalidade de saber tão digna quanto as pesquisas dum Colombo, dum Vesalius, dum Copérnico, dum Galileu, dum Harvey, dum Kepler, dum Newton, dum Lavoisier, dum Darwin, dum Freud, dum Marx, dum Weber ou dum Claude Bernard??? Ou seja quanto a ciência... ciência que no tempo de nossos avós equivalia a divindade! Isto quando sabemos que os personagens acima citados gastaram a maior parte de suas vidas tendo em vista atingir a meta a que se propuseram atingir... a ponto de terem empenhado a comodidade, a segurança e algumas vezes até mesmo a própria vida.

Acontece que Hume reviveu em Popper e nele uma desconfiança mórbida face a percepção - para não falarmos em raciocínio - desconfiança que lançou por terra o ídolo tão querido de Comte e Huxley, já escorado pela metafísica idealista/apriorística de Kant...

Um disse: lançai fora a fé; os homens acreditaram a lançaram-na fora... depositaram sua fé na razão e quase que caíram na 'gnose' de Leibnitz/Wolff - o 'Sono dogmático de Kant' - foi quando Locke gritou a plenos pulmões: A percepção, a percepção... mais uma vez o homem acreditou nos professores, doutores e mestres, lançou ao fogo as obras de Aristóteles e dos escolásticos, e depositou sua fé na percepção. Por fim manifestou-se Hume e aparentemente aluiu com tudo, reeditando os velhos ensinamentos de Pirro, Aenesidemus, Empíreo, etc E nada restou além do vazio, e o homem sem fé, sem capacidade reflexiva, sem acuidade sensorial... sem o mais tênue fio de esperança!!!

Foi quando - para conciliar racionalismo e empirismo (com o Platão havia tentado conciliar o monismo noumenológico ou espiritual de Parmênides e o monismo fenomenológico e materialista de Heráclito) - apareceu o Dr Frankenstein da Filosofia: I Kant!!!

Como no entanto a associação: Idealismo, apriorismo, subjetivismo, dualismo, etc fosse continuamente esmurrada pelos racionalistas, neo tomistas e marxistas. Fez-se mistér o aparecimento de um Popper e este Popper teve o mérito de fazer juz a tantas criticas acumuladas por mais de um século e de abater o gigante de pés de barro; mas a que preço?

Pois o 'santo patrono' da ciência foi constrangido a acercar-se de Hume... o que significava como significa a imolação da derradeira fé ( na percepção) transplantada para o último dos limes. A morte dos últimos sonhos, fantasias, químeras, esperanças, devaneios, misticismos, etc sem os quais o homem não quer viver e sem os quais fica isento de estímulos... De fato Popper desconfiando tanto da percepção quanto da abstração, reintroduz o ceticismo pela porta dos fundos. Abatendo não só a psicanalise, a crítica marxista ao liberalismo econômico e o evolucionismo a um só golpe, mas a própria meta da ciência enquanto expressão dum conhecimento universalmente válido e verdadeiro... porque jamais atingimos a certeza.

Assim ele postula o 'Mito do observacionismo', descarta a possibilidade de que nossos conhecimentos científicos sejam absolutamente seguros, repudia o conceito de verdade e afirma sem rodeio o carater provisório de todos os nossos conhecimentos...

Enfim não temos nem teologia, nem especulação filosófica ou metafísica e tampouco ciência!!! Que sabes pois o homem a respeito de Deus, de si ou do universo sensível??? Nada??? Absolutamente nada... É a resposta azeda do velho Hume adoçada pelo 'Carnéades' teutônico...

Aqui a aproximação (verossimilhança) reforça ainda mais a frustração e se me ocorre a cena do filme 'O preço do amanhã' em que o personagem Will Salas corre desesperadamente em direção de sua mãe, Rachel; com o intuito de impedir sua morte; que acontece quando faltava menos de meio metro para que ele pudesse toca-la e comunicar-lhe tempo...

Assim a teoria do Dr Popper que a força de declamar sobre a grande importância do conhecimento científico acaba negando a objetividade do mesmo e convertendo-o numa simples aproximação ou rodeio. Assim você até pode flertar com a 'Virgem' púdica de Popper, sabendo todavia que jamais haverá de consumar matrimônio... Então para que flertar???

Eis porque assistimos o alvorecer duma nova era e o florescer duma geração que já não se interessa pelo estudo ou pelo saber na mesma medida em que foi já infectada pelo virus do ceticismo, com achaques de probabilismo, subjetivismo e relativismo... E no entanto como culpar toda uma geração por desprezar conhecimentos que seus próprios mestres apresentaram como questionáveis, provisórios, obscuros e aparentes???

Também eu caso me fosse apresentado um tipo de conhecimento ilusório, aparente e vão - face a minha própria capacidade de forjar o saber - optaria prioritariamente pelo sexo, pela bebida, pelas drogas, pelas baladas, pelo emocionalismo barato, pela alienação religiosa... enfim por qualquer outra coisa mais interessante.

Afinal o mundo de Hume e Popper deixou de oferecer coisas mais nobres, elevadas e dignas de atenção a nossa juventude etiquetando-as como frívolas manifestações de nossos pressupostos e preconceitos invencíveis... no fundo todos os pesquisados procedem como o Ken Ham, antepondo suas crenças a observação e já sabemos porque os líderes religiosos fundamentalistas são todos popperianos. Como Kant, Popper entregou a ciência de bandeja nas mãos impuras dos fanáticos religiosos, charlatães e mistificadores fornecendo novos e supostos argumentos a apologética obscurantista do Malafeia...

Pereceu a ciência, como haviam perecido a sã Filosofia e a Teologia no momento mesmo em que a percepção foi apresentada como enganosa! Logo ela, a qual segundo Aristóteles, cumpria o grave dever de informar o homem a respeito do mundo que o cerca... No entanto qual verdugo insensivel executa ela o triste oficio de distorcer a realidade e de ludibriar-nos oferecendo-nos uns farelos de ciência...

Desde então, seduzidos por uma malta de catedráticos imbecis, ficaram nossos jovens postos entre Cila e Caribdes ou seja entra a curtição duma vida sem sentido que busca sua razão de ser nas emoções mais desbragadas e violentas e o fanatismo e a alienação religiosas... dentre cujos deletérios resíduos assoma o já assinalado discurso criacionista. Discurso face ao qual nada se opõe de concreto... porque nada temos de concreto além da ilusão...

Desvinculado o ensino da apreensão da verdade veio a crise. Pois como já dissemos ninguém é obrigado a levar aparências, ilusões e loucuras a sério.

Hoje poucos preocupam-se seriamente com os estudos porque os estudos tem sido direcionados segundo o pensamento de Hume, Kant e outros sofistas modernos. A motivação interna da busca da verdade foi substituida pela motivação externa da busca pela fortuna!!!

Sabemos no entanto que os motivos de ordem externa jamais equivalem em força aos de ordem interna.

Enfim isto também corresponde aos propósitos do Sistema Capitalista no sentido de plasmar uma comunidade científica tanto mais dócil a seus interesses quanto afastada de ideais tanto mais nobres e elevados em termos axiológicos...

No passado porém não era assim.

Destarte conhecimentos errôneos eram abraçados com toda seriedade pela simples suposição de que fossem verídicos. Porque os homens amavam e buscavam a verdade.

Hoje conhecimentos válidos e verdadeiros são universalmente postos em dúvida e sistematicamente desprezados ou minimizados.

O homem do passado desejava adquirir e conhecer a verdade e não poupava esforços para tanto porque sua herança gnoseológica era a dos antigos gregos representados por Aristóteles.

Daí estarem convencidos os homens de que eram capazes de obter e de adquirir conhecimentos verdadeiros; e dirigirem-se a escolas e universidades muito distantes dos locais em que viviam, empreendendo para tanto verdadeiras peregrinações.

Assim já sabeis que o melhor remédio possível para a crise atual, é a retomada do discurso dogmático, realista e objetivo, representado por Aristóteles segundo o qual o homem é capaz e adquirir conhecimentos válidos, verdadeiros e significativos para si e a ciência empírica, como a reflexão metafísica, é conhecimento real e digno de aceitação.

A simples idéia de que o conhecimento obtido nas instituições de ensino possui uma dimensão concreta e objetiva, implicara em sua imediata valorização.

Então o objetivo de nossos trabalhos será este: prover a juventude duma base sólida capaz de servir como apoio a sua auto educação.


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